Bom dia ☀️
Hoje, pela primeira vez, falamos sobre saúde intestinal em geral e, mais especificamente, sobre Candida. Vou abordar este tema com algum receio, por sentir que talvez seja ainda um pouco cedo para o fazer. Cedo, porque antes de se falar em curar o intestino, há toda uma panóplia de outros aspetos que precisam de estar em ordem. Ainda assim, acredito que tanto o meu Substack como o Instagram já possuem uma quantidade significativa de informação útil, que pode ser consultada antes de se iniciar um protocolo com o objetivo de curar o intestino. Este processo pode demorar de várias semana a meses, dependendo do estado atual do intestino e do ponto de partida de cada um.
Um fungo como a Candida pode ser muito inconveniente e provocar uma infinidade de sintomas que fazem da nossa vida bastante pior.
O crescimento excessivo de Candida é uma infeção fúngica que frequentemente pode causar desde fadiga, problemas de pele, queda de cabelo, problemas no fígado, rins, alergias, intolerâncias, sinusite e muito mais.
<Today, for the first time, we’re talking about gut health in general and, more specifically, about Candida. I approach this topic with some hesitation, feeling it might be a bit early to do so. Early because, before discussing gut healing, there’s an entire array of other aspects that need to be in order. Even so, I believe that both my Substack and Instagram already contain a significant amount of useful information that can be reviewed before embarking on a gut-healing protocol. This process can take several weeks to months, depending on the current state of one’s gut and starting point.>
A fungus like Candida can be highly inconvenient, causing a multitude of symptoms that significantly worsen our quality of life.>
Candida overgrowth is a fungal infection that often results in fatigue, skin problems, hair loss, liver and kidney issues, allergies, intolerances, sinusitis, and much more.>
Se a tua língua está coberta por uma camada esbranquiçada, é muito provável que tenhas um problema com Candida ou um sobrecrescimento de outro agente patogénico (já falei sobre isto nos stories).
<If your tongue is coated with a whitish layer, it’s highly likely you have an issue with Candida or an overgrowth of another pathogenic agent (I’ve discussed this in my stories).>
Antes de passarmos à ação, vou falar um pouco mais sobre este fungo.
O problema persistente com Candida pode, na verdade, ser causado pela toxicidade do bolor/mofo (mold) a enfraquecer o nosso sistema imunitário. O mofo "amortece" o sistema imunitário para que a Candida oportunista possa prosperar. Lembrem-se, a Candida é uma levedura oportunista.
As micotoxinas enfraquecem as defesas do corpo, criando um ambiente propício para patógenos oportunistas como a Candida prosperarem. O sistema imunitário, concebido para proteger contra ameaças, fica confuso quando está sob pressão devido ao mofo.
A Candida existe na nossa microbiota "normal", não é inerentemente patogénica, mas só se torna perigosa se o nosso sistema imunitário estiver sobrecarregado. A Candida, normalmente inofensiva no corpo, aproveita esta oportunidade caótica.
Quando as condições se tornam favoráveis devido à supressão imunológica induzida pelo mofo, a Candida passa de um estado benigno para uma forma mais agressiva e patogénica.
Durante ou mesmo após uma doença causada por mofo, é normal o aparecimento de casos de crescimento invasivo de Candida. Mesmo depois de o mofo ser "eliminado", temos de enfrentar o problema da Candida.
Esta aproveita-se da resposta imunológica comprometida, tornando-se um problema sério e originando uma miríade de sintomas, que incluem desde problemas digestivos e de pele até fadiga crónica e nevoeiro mental. Inclusive, algumas formas de SIBO podem ter como causa uma condição subjacente relacionada com a exposição a mofo.
<Before diving into action, let’s learn more about this fungus.
Persistent Candida problems may, in fact, stem from mold toxicity weakening our immune system. Mold “stuns” the immune system, creating an environment where opportunistic Candida can thrive. Remember, Candida is an opportunistic yeast.
Mycotoxins weaken the body’s defenses, creating a favorable environment for opportunistic pathogens like Candida. The immune system, designed to protect us from threats, becomes confused and overwhelmed under the strain of mold exposure.
Candida exists as part of our normal microbiota. It is not inherently pathogenic but becomes dangerous if our immune system is compromised. Candida, usually harmless within the body, takes advantage of this chaotic opportunity.
When conditions favor immunosuppression caused by mold, Candida shifts from a benign state to a more aggressive and pathogenic form.
During or even after mold-related illness, invasive Candida overgrowth can occur. Even after mold is “eliminated,” Candida remains an issue. Exploiting the compromised immune response, it becomes a severe problem, leading to various symptoms, including digestive and skin issues, chronic fatigue, and brain fog. In fact, some forms of SIBO (Small Intestinal Bacterial Overgrowth) may have an underlying connection to mold exposure.>
Será que temos ADHD, que somos esquecidos, que somos menos inteligentes porque sentimos dificuldade em concentrar e em articular as frases e palavras, que temos alergias e sinusites, que somos preguiçosos porque não nos apetece fazer nada, que somos mal dispostos com variações severas de humor OU… Será que temos apenas um fungo a causar inflamação crónica e desiquilibrar o nosso sistema por completo?
<Are We Misdiagnosing Candida Symptoms?
Is it ADHD? Are we forgetful? Less intelligent because we struggle to concentrate or articulate our thoughts?
Are allergies, sinusitis, or chronic mood swings part of who we are?
Or could it be that we have a fungus causing chronic inflammation, throwing our system into complete disarray?>
Descobriu-se por exemplo que a Streptococcus mutans (bactéria famosa por causar cáries. + info aqui sobre saúde oral) se junta ao fungo Candida albicans para formar um superorganismo.
Sozinhos, nenhum deles consegue mover-se, mas juntos conseguem rastejar e até saltar sobre um dente. É assustador!
<One startling discovery reveals that Streptococcus mutans (a bacteria infamous for causing cavities) teams up with Candida albicans to form a superorganism. Alone, neither can move, but together, they can crawl and even jump onto a tooth. Scary!>
A maioria dos "problemas intestinais" são uma combinação de:
SIBO
Candida
Parasitas
Permeabilidade intestinal (leaky gut)
Insuficiência na capacidade digestiva
Existe uma interação significativa entre estes fatores, e geralmente mais do que um está presente ao mesmo tempo.
<Most “gut problems” involve a combination of:
SIBO
Candida
Parasites
Leaky gut
Insufficient digestive capacity
These factors significantly interact, and more than one is usually present simultaneously.>
Como testar <How to test?>
Uma análise às fezes pode e deve ser feita para identificar não só a presença de Candida mas de outras patologias do intestino. Alternativamente pode-se realizar um OAT (Organic Acid Test). Outros exames mais invasivos incluem colonoscopia ou teste de anticorpos no sangue.
O teste de ácidos orgânicos—conhecido popularmente como "OAT"—inclui marcadores de crescimento excessivo de leveduras e bactérias. Mas o problema é que não podemos ter total certeza de quão confiáveis esses marcadores são como reflexo do que está a acontecer no nosso intestino.
Um teste de fezes que utiliza tecnologia PCR, usa amplificação de ADN para identificar microrganismos no teu intestino, incluindo Candida. Este teste procura evidências concretas de Candida exatamente onde tu estás a procurar: no teu intestino. É mais caro, mas mais completo e fiável. Um teste completo de fezes pode incluir tudo sobre microbiota intestinal1 - microbiota imunomodeladora, muconutritiva, protetora, proteolítica e leveduras e outros fungos - e ainda parasitas, virus e bactérias patogénicas.
<A stool analysis can and should be conducted to identify not only Candida but also other intestinal pathologies. Alternatively, an Organic Acid Test (OAT) can be performed. More invasive tests include colonoscopy or blood antibody testing.
The Organic Acid Test (OAT) includes markers for yeast and bacterial overgrowth. However, the reliability of these markers as a true reflection of gut conditions isn’t absolute.
A stool test using PCR technology amplifies DNA to identify microorganisms in your gut, including Candida. This test provides concrete evidence of Candida in the exact location being investigated: your gut. Though more expensive, it is more comprehensive and reliable.
A complete stool test can include insights on the gut microbiota immunomodulatory, muconutritive, protective, proteolytic as well as yeast, fungi, parasites, viruses, and pathogenic bacteria.>
Microbiota imunomodeladora <Immunomodulatory Microbiota>
A principal função deste tipo de microbiota é induzir respostas imunológicas específicas, que promovem um estímulo contínuo do sistema imunológico a nível local, estimulando a resposta em caso de imunodeficiência ou modulando-a em estados de hiperreatividade imunológica (autoimunidade). Está na origem da tolerância antigénica, responsável pelo funcionamento correto do sistema imunológico, de modo que não reconhece como estranhos os antigénios não prejudiciais, como os componentes dos alimentos. Estabelece também a ordem adequada da microbiota intestinal.
Especificamente, as bactérias Escherichia coli não patogénicas são as que apresentam maior potencial imunomodulador, enquanto que as Enterococcus spp contribuem em maior medida para manter o pH do meio intestinal, estimulando a produção de IgA secretora, a maior defesa imunológica das mucosas de todo o organismo.
<Functions: Induces specific immune responses, continuously stimulating the immune system locally. It modulates immune hyperreactivity (autoimmunity) or boosts responses in cases of immunodeficiency.
Importance: Establishes antigenic tolerance, ensuring the immune system doesn’t mistakenly attack non-harmful antigens, like food components.
Key Bacteria: Non-pathogenic Escherichia coli (strong immunomodulatory potential) and Enterococcus spp (maintains intestinal pH and stimulates secretory IgA, the body’s primary mucosal defense).>
MODULAM A RESPOSTA INFLAMATÓRIA A NÍVEL INTESTINAL E ORGANIZAM A MICROBIOTA DO NOSSO INTESTINO
Microbiota protetora <Protective Microbiota>
A microbiota protetora protege e previne o intestino da colonização e crescimento de bactérias patogénicas. É ainda responsável por manter o pH fisiologicamente ácido no lúmen intestinal e por manter a integridade da permeabilidade intestinal.
Functions: Prevents colonization and growth of pathogenic bacteria, maintains physiologically acidic intestinal pH, and preserves intestinal permeability integrity.
MANTÊM A RESISTÊNCIA À COLONIZAÇÃO POR MICRORGANISMOS PATOGÉNICOS
Microbiota muconutritiva <Muconutritive Microbiota>
As bactérias muconutritivas são responsáveis por manter a integridade da mucosa intestinal (muco). O muco contém bactérias da microbiota e os ácidos gordos de cadeia curta produzidos por estas. Os ácidos gordos de cadeia curta são nutrientes de outras bactérias benéficas da microbiota. Quando a produção de muco está diminuída, ocorrem alterações na permeabilidade intestinal, favorecendo a entrada de toxinas e de antigénios alimentares, contribuindo para o desenvolvimento de intolerâncias alimentares.
Estas bactérias são anaeróbias estritas, não crescem na presença de oxigénio e, por isso, não podem ser suplementadas como probióticos (bactérias vivas). O seu crescimento pode ser estimulado pelo consumo de prebióticos (fibras alimentares, polifenóis, ácidos gordos polinsaturados, etc.) obtidos através da alimentação e de suplementos alimentares. Além disso, este tipo de bactérias produz substâncias anti-inflamatórias (ácido butírico), pelo que a sua redução favorece os processos de inflamação intestinal.
Functions: Maintains intestinal mucosa integrity. Produces anti-inflammatory substances (e.g., butyric acid). A reduction in this microbiota leads to intestinal inflammation and permeability issues, allowing toxins and antigens to enter.
Support: Growth can be stimulated by prebiotics (dietary fibers, polyphenols, PUFAs) found in food and supplements.
AS BACTÉRIAS MUCONUTRITIVAS SÃO POTENTES ANTI-INFLAMATÓRIOS INTESTINAIS
Microbiota proteolítica <Proteolytic Microbiota>
As bactérias da microbiota proteolítica são benéficas em quantidade normal e geralmente encontramse em concentrações muito pequenas (<0,01% do total). No entanto, estes tipos de bactérias são prejudiciais quando estão em sobrecrescimento (patogénicos oportunistas).
Os seus produtos metabólicos lesionam a mucosa intestinal e alguns são potencialmente tóxicos, como o amoníaco e as aminas biogénicas, que danificam a permeabilidade intestinal e causam alterações como enxaquecas, sobrecarga hepática, entre outras.
O desenvolvimento excessivo deste tipo de bactérias depende da microbiota protetora e do tipo de dieta.
OS SEUS RESÍDUOS METABÓLICOS LESIONAM A MUCOSA INTESTINAL E CAUSAM SOBRECARGA HEPÁTICA
Leveduras e outros fungos
As leveduras e outros fungos podem colonizar o intestino, originando diferentes patologias, dependendo dos diferentes fatores de cada pessoa (disbiose, patologias crónicas, estilo de vida, etc.).
Para limitar o seu desenvolvimento anormal, é essencial que a microbiota benéfica esteja corretamente distribuída e seja funcionalmente ativa. Desta forma, teremos uma barreira física e imunológica normal que controla o crescimento das leveduras e dos outros fungos.
Um dos fungos mais comuns é a Candida albicans que é benéfica quando está sob a forma de levedura, mas é patogénica quando se encontra em grande número e sob a forma filamentada, podendo desencadear reações alérgicas, alterações metabólicas e imunológicas, alterar o pH intestinal favorecendo a disbiose e alterar a permeabilidade da mucosa intestinal favorecendo as intolerâncias alimentares. Em grande quantidade, constitui um reservatório que pode ser a causa de alterações como, por exemplo, candidíase vulvovaginal.
EM GRANDE QUANTIDADE, PRODUZEM ALTERAÇÕES METABÓLICAS E IMUNOLÓGICAS, ALTERANDO A PERMEABILIDADE DA MUCOSA INTESTINAL E FAVORECENDO AS INTOLERÂNCIAS ALIMENTARES.
Parasitas
Os parasitas intestinais podem estar presentes no sistema digestivo e causar problemas de saúde ao hospedeiro, como inflamação imunológica, reações de hipersensibilidade e citotoxicidade.
No geral, as manifestações agudas da infeção parasitária podem incluir diarreia com ou sem muco ou sangue, febre, náuseas ou dor abdominal. Não entanto, estes sintomas nem sempre estão presentes.
As parasitoses crónicas podem estar associadas a um aumento da permeabilidade intestinal, síndrome do cólon irritável, defecação irregular, malabsorção, gastrite, doenças de pele, artralgia, reações alérgicas e diminuição da função imunológica.
Os parasitas intestinais classificam-se como patogénicos ou não patogénicos, de acordo com a sua capacidade de produzir lesões ou doenças no ser humano. Em geral, os parasitas patogénicos causam sintomas, mas em determinados casos podem não causar lesões nem sintomas no hospedeiro (denominado portador são).
Por outro lado, os parasitas não patogénicos geralmente encontram-se no intestino humano como saprófitas comensais, mas em condições especiais de suscetibilidade do hospedeiro, podem aumentar a sua capacidade de produzir lesões e sintomas. Por este motivo, o seu papel de comensais não patogénicos está atualmente a ser reavaliado e em discussão e a sua presença deve ser estudada, informada e avaliada por um médico, na presença de sintomas. A sua presença implica que houve uma aquisição por via fecal-oral e que, poderá haver outros agentes patogénicos que utilizaram ou podem potencialmente ter utilizado essa mesma via.
Os parasitas intestinais classificam-se em dois grandes grupos: protozoários (unicelulares) e helmintas (pluricelulares). Os protozoários são organismos unicelulares com um ciclo de vida complexo, que podem atravessar várias fases em diferentes hospedeiros ou habitats. Geralmente são transmitidos através de água ou alimentos contaminados, como carne crua ou mal passada, mãos sujas e águas de nascentes e de instalações recreativas (piscinas, jacuzzi, etc.).
Os helmintas são organismos pluricelulares com um corpo alongado, mole e sem esqueleto.
Classificam-se em duas classes: os nemátodos e os platelmintas (tremátodos e céstodos). No geral, reproduzem-se através de ovos, existindo algumas espécies com formação de larvas.
Vírus Entéricos
Grupo de vírus que infeta as membranas das vias respiratórias, dos olhos, do intestino e das vias urinárias. Os vírus entéricos transmitem-se por via alimentar ou fecal-oral e são os principais agentes etiológicos da gastroenterite viral infantil nos países industrializados. Após um curto período de incubação de 12-48 horas, causam náuseas, vómitos e/ou diarreia, com duração de 1-3 dias, embora também possam causar dor de cabeça, febre e dor abdominal.
Adenovírus
Vírus não capsulados de ADN de cadeia dupla, geralmente resistentes a agentes químicos ou físicos, pelo que conseguem sobreviver por um tempo prolongado no meio ambiente. Os adenovírus causam infeções em humanos e animais.
Rotavírus
Vírus de ARN de cadeia dupla da família Reoviridae. Os rotavírus são os agentes etiológicos mais comuns da gastroenterite aguda em crianças menores de 5 anos, patologia relativamente frequente na população infantil. A resolução da infeção é geralmente fácil em pacientes saudáveis.
Bactérias patogénicas
Helicobacter Pylori
Bactéria Gram-negativa que infeta o epitélio gástrico humano, podendo causar inflamação da mucosa e, às vezes, gastrite ou úlcera péptica. As pessoas infetadas podem não desenvolver sintomas; caso os tenham, geralmente são dor ou desconforto na parte superior do abdomén, sensação de saciedade com pequenas quantidades de comida, perda de apetite, náuseas e vómitos. Numa pequena percentagem de casos pode até causar cancro do estômago.
Clostridium difficile
A principal função deste tipo de microbiota é induzir respostas imunológicas específicas, que promovem um estímulo contínuo do sistema imunológico a nível local, estimulando a resposta em caso de imunodeficiência ou modulando-a em estados de hiperreatividade imunológica (autoimunidade). Está na origem da tolerância antigénica, responsável pelo funcionamento correto do sistema imunológico, de modo que não reconhece como estranhos os antigénios não prejudiciais, como os componentes dos alimentos. Estabelece também a ordem adequada da microbiota intestinal.
Especificamente, as bactérias Escherichia coli não patogénicas são as que apresentam maior potencial imunomodulador, enquanto que as Enterococcus spp contribuem em maior medida para manter o pH do meio intestinal, estimulando a produção de IgA secretora, a maior defesa imunológica das mucosas de todo o organismo.
Biofilmes
É impossível falar de curar Candida (e outro patógenos) sem primeiro falarmos brevemente em biofilmes.
Os biofilmes são comunidades organizadas de microrganismos, como bactérias e fungos, que se aderem a superfícies e se protegem com uma matriz extracelular complexa. Esta matriz, composta principalmente por polissacarídeos, proteínas, DNA extracelular (eDNA), lipídios e iões metálicos (como cálcio e ferro), forma uma barreira física e química que dificulta a ação de antifúngicos, antibióticos e do próprio sistema imunológico. Dentro deste biofilme, os microrganismos conseguem sobreviver e prosperar, tornando-se até 1000 vezes mais resistentes a tratamentos convencionais. Isso explica por que infecções associadas a biofilmes, como as de Candida albicans, podem ser persistentes e recorrentes.
Antes de aderessarmos estes biofilmes, podemos tomar todos os antifúngicos, que serão MUITO pouco eficazes.
A matriz extracelular desempenha um papel crucial, proporcionando proteção contra agentes externos e permitindo a comunicação entre os microrganismos por meio de um mecanismo chamado quorum sensing. Este processo regula a formação e manutenção do biofilme, além de incentivar a produção de toxinas que perpetuam inflamações e danos aos tecidos do hospedeiro. A presença de biofilmes no intestino, por exemplo, pode dificultar a eliminação de Candida albicans e causar sintomas persistentes, como inchaço, fadiga e intolerâncias alimentares.
Link para o artigo da imagem aqui.
Algumas substâncias agem sob estes biofilmes de várias formas: algumas, como a N-acetilcisteína (NAC), degradam os polissacarídeos que formam a base da matriz, enquanto outras, como enzimas proteolíticas (serrapeptase e bromelaína), dissolvem proteínas estruturais. A lactoferrina, por sua vez, sequestra ferro, um elemento essencial para a estabilidade do biofilme, causando o seu colapso. Já compostos como o óleo de orégãos (rico em carvacrol) interferem na comunicação entre os microrganismos, dificultando a formação e manutenção do biofilme.
A importância dos ‘disruptores de biofilmes’ nos protocolos contra a Candida e outros patógenos é inegável. Sem a destruição dos biofilmes, os microrganismos permanecem protegidos, tornando os tratamentos menos eficazes e aumentando o risco de recaídas.
Dieta Kaufmann
Doug Kaufmann é um investigador, autor e apresentador norte-americano que dedicou a sua carreira a explorar a relação entre fungos e diversas condições de saúde. Conhecido pelo seu trabalho sobre a teoria das micotoxinas e como estas podem contribuir para doenças crónicas, incluindo problemas digestivos, infeções fúngicas como a Candida albicans, alergias, e até doenças autoimunes.
A dieta anti-Candida mais amplamente conhecida é frequentemente associada ao Dr. Doug Kaufmann e ao seu protocolo chamado "Kaufmann Diet".
É baseada na ideia de que muitas doenças são exacerbadas ou até causadas por fungos e micotoxinas presentes em alimentos e no ambiente.
O foco é eliminar fontes de açúcar e alimentos ricos em micotoxinas, que alimentam a Candida albicans e outros fungos.
Principios da dieta:
Eliminar Carboidratos Simples e Açúcares:
Fungos, como a Candida albicans, usam açúcar como fonte de energia.
Evitar Alimentos Contaminados com Fungos/Micotoxinas:
Grãos, amendoins, milho e alimentos processados.
Consumir Alimentos Antifúngicos:
Alho, óleo de coco, orégãos, vegetais de baixo amido, etc.
Baixo Índice Glicémico:
Frutas de baixo teor de açúcar e alimentos que não causam picos de glicemia.
Sem mais demoras…
Aqui está uma abordagem para tratar o crescimento excessivo de Candida.
Aviso: Este texto é meramente informativo e não substitui aconselhamento médico.
Não sei de onde estão a começar, por isso é importante construir a partir do zero, garantindo que o teu estilo de vida não crie condições para o crescimento excessivo de Candida.
Isto é apenas um exemplo guia do que pode ser feito, não é um caderno de encargos que deve ser seguido à risca. Adaptem à vossa realidade, usem produtos/suplementos mais adequados à vossa realidade, à vossa saúde, aos vossos gostos. Se conseguirem, usem alimentos de qualidade e suplementos com o mínimo de aditivos que causam danos no intestino (no IG tenho posts com muitos dos aditivios a evitar).
Protocolo
Meses 1-2: Criar as bases
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